Dragão do Mar
Dragão do Mar
Manoel Fonseca
“No Ceará não se embarcam mais escravos”,
O grito ecoou na multidão,
Na praia, o comando de dois bravos
Chico da Matilde e Napoleão.
Napoleão, preto forro e valente,
Liderava, no Porto, os jangadeiros.
Chico, Prático de Navios e insurgente,
Comandou, das jangadas, o paradeiro.
A atracação de navios negreiros,
Sustada com firmeza e decisão
Por Chico Nascimento, herói praieiro,
Ergueu o brado de libertação.
Do Ceará a notícia alvissareira
Ecoou forte por toda a Nação.
A Terra da Luz, por sua vez, primeira
Deu um basta na cruel escravidão.
A liberdade abriu suas asas em par,
Alçou voo do solo em Redenção,
O gesto de Chico, o Dragão do Mar,
Partiu os grilhões da humana servidão.
Manoel Fonseca
Poesia Dragão do Mar! Do livro Escravidão e Lutas de Libertação, de Manoel Fonseca, compõe uma narrativa de resistência e um tributo ao povo afro-brasileiro, a ser publicado em 2021. Poesia em homenagem a um dos grandes personagens da abolição da escravidão no Ceará, Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, também conhecido Chico da Matilde, foi um líder jangadeiro, prático mor (responsável por manobras de atracação e desatracação) e abolicionista, que participou ativamente no Movimento Abolicionista no Ceará (1839-1914).
Imagens:
Capa do livro: Breno Loeser, Artista e designer sergipano, afrorreligioso, filho de Lógunẹ̀dẹ e Mestrando em Ciências da Religião.
Ilustração Dragão do Mar: Ricardo Juliani, Telas Artísticas, Cineasta e Artista Plástico.
Movimento Abolicionista
ResponderExcluirComo disse Marcelo Barros,
monge beneditino e assessor de movimentos populares,
" Os escravistas do século XXI não operam mais em navios negreiros...
...Até hoje, a África inteira sofre consequências sociais da colonização e da exploração, que por séculos saqueou suas riquezas e escravizou os seus povos. Mesmo nos nossos dias, o petróleo e os diamantes e minerais do subsolo só têm contribuído para os Estados Unidos e os países ricos da Europa.
Para os africanos, acarreta apenas imensa miséria e servidão".
Como abolicionistas brasileiros tivemos exemplos como José do Patrocínio e, entre nós, Francisco da Matilde ( Dragão do Mar") , Francisco Nascimento e, na atualidade, destaco um abolicionista Médico-Escritor Prof. Manoel Fonseca , cujas obras trazem um conteúdo muito importante,
um brado contra os preconceitos existentes em todos os ramos da atividade humana.
Quando de um trabalho do Fonseca na Helvetia Edições , fiz o seguinte comentário sobre os problemas que estão cada vez mais presentes no mundo, e agora em nossa Pátria , uma escravidão, que é a uma calamidade cada vez mais mórbida.
" Parabéns Fonseca, o abolicionista!
Hoje os Quilombos estão em todos os lugares.
O escravo de nossos tempos não tem apenas uma cor.
Não são africanos, não têm saudades da sua terra,
os grilhões não são de ferro."
Acrescento:
Aqui, em nosso país, as insanas amarras tolhem a vida dos brasileiros.
Dr. José Wilson de Souza
Clinico Geral e Dermatologista
Academia Quixadaense de Letras - AQL
Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - SOBRAMES -CE
PARABÉNS Dr. Fonseca. Sou Artur Pinheiro colega da Lúcia Helena na UECE e da Cristina na FUNEFOR. Faz tempo....
ResponderExcluirObrigado, Artur
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