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Mostrando postagens de março 7, 2021

Marielle vive!

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(clica na imagem para ouvir a declamação no youtube) Marielle vive! Manoel Fonseca  Marielle te mataram jovem, negra e favelada, o sorriso apagaram em tua face ensanguentada. Defendias os deserdados, as milícias combatias, em seu peito era bordado o amor que sempre havia. Calaram a tua fala, que transbordava alegria, te assassinaram à bala, numa noite de agonia. Quem contrata o matador, quem tem, do mando, o poder de sangrar vida e amor de apagar luz a arder? Que valor tem esta negra, que causa tal comoção, que sua vida entrega em comovente doação? Marielle viva está, guerreira e sempre bela, no infinito a brilhar, transmutada em estrela. Poesia Marielle vive! Do livro Escravidão e Lutas de Libertação, de Manoel Fonseca, compõe uma narrativa de resistência e um tributo ao povo afro-brasileiro, a ser publicado em 2021. Poesia em homenagem a Marielle Franco, vereadora assassinada em 14 de março de 2018, Rio de Janeiro.

Aboio no Sertão de Quixadá

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(clica na imagem para seguir para cantoria no Youtube)   Aboio no Sertão de Quixadá Manoel Fonsêca Quando canto um aboio que vem lá do coração, o gado fica quieto como a prestar atenção, e o cavalo ensimesmado escuta minha canção! Ê, vida de gado, ô... (Estribilho) Meu cavalo é tão bonito pelo lustroso e cardão, tem uma estrela na testa e se chama alazão, é tão forte como um touro, rápido que nem gavião! Eu monto no meu cavalo, chapéu de couro e gibão, ele corre bem ligeiro, as rédeas na minha mão. Lanço o laço no espaço: é boi preso no mourão! Muita alegria se espalha quando chove no sertão, o sertanejo se apressa prá plantar milho e feijão, pássaros fazem seus ninhos, no açude canta o carão! Dia 13 de dezembro assunto as pedras de sal, se choram e se desmancham este é um bom sinal, muita água no açude, muita fruta no quintal. Se o João de Barro faz ninho para o lado do poente, se as cigarras cantam juntas em sintonia estridente, vai chover no meu sertão e o povo fica content