Meu povo ancestral

 

Meu povo ancestral* 

Manoel Fonseca 

O que justifica tanta matança
dos povos indígenas originários?
A cruel ganância, a macabra dança
da posse e domínio sanguinário?


Roubaram-lhes a terra e suas riquezas,
violaram impunemente suas mulheres,
mataram seus guerreiros em fria crueza,
esmagaram costumes e saberes.

O invasor, em persistente faina,
espalhou a fome, morte e doença,
com a força do trabuco e da sotaina
destruiu corpos e, d'alma, sua crença.

Que povo é este que tanto resiste,
a tal massacre e violência tanta?
Qual sagrada força em sua mente existe,
que a liberdade em seu peito canta?

Este é meu povo indígena ancestral,
originário de minha Nação,
que deseja viver seu natural,
em território livre da opressão.

* Inspirado em Couto de Magalhães. Livro: O Selvagem, 1874.

Poema do Livro Meu Povo Ancestral, pagina 22, publicado por Helvetia Éditions. 

Manoel Fonseca, autor do livro “Meu Povo Ancestral”, declama nesse vídeo a poesia Meu Povo Ancestral (título do livro). O livro traz uma seleção de poemas que celebra o modo de viver, a cultura e a mitologia indígena brasileira.Faz um tributo aos povos indígenas e busca sensibilizar o leitor para o sentimento de solidariedade a esses povos. Ao mesmo tempo, o autor proclama, em versos, o clamor por justiça destes povos originários, que resistem ao extermínio, ao preconceito e à violência.


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