Saudades do Quixadá

 

(Açude do Cedro e e a famosa Galinha Choca ao fundo)

Saudades do Quixadá

Ai que saudades que tenho
Das terras do Quixadá,
Das fogueiras de São João,
Da fazenda Propriá.

Lá no Belo Horizonte
Brinquei até enjoar,
O Cruzeiro, um belo monte
De pedra, pra se escalar.

De noite as brincadeiras,
Se tinha lua brilhar,
Pula corda, que canseiras,
Cirandinha e cirandá.

Olha "passarim" no "nin"
Olha a cobra no buraco,
Pega-pega e corre assim,
Lá vai chicote queimado.

Boca de forno, é forno,
Jacarandá, se eu mandar.
Corre se não te carimbo,
Três, três e passarás.

Brincadeira do anel,
Pula macaca, ligeiro.
Recebe um pote de mel
Quem me abraçar primeiro.

Jogar triângulo no chão,
Fazer arraia voar,
Brincar de bila e pião,
Balanço e peteca no ar.

Ai que saudades que tenho
Da charrete e do Pretinho,
Do Veludo e porque não?
Do Aleixo e Zé Doidinho.

De comer siriguela,
De tomar banho no Herval,
Me dá um nó na goela
De lembranças sem igual.

O Cedro, que belezura,
Com sua galinha garbosa,
Que choca com mui ternura
Ovos de pedra, pomposa!

Me lembro da Padaria,
Do pão gostoso e quentinho,
Mãe Rocilda, que alegria,
Sempre com seu Manoelzinho.


(Casa de nossos pais em Quixadá, a direita o famoso pé de siriguela)

Manoel Fonseca-Médico
Academia Quixadaense de Letras
Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
Movimiento Poetas del Mundo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dragão do Mar

Xô coronavirus, no Ceará é assim!

Ciro e a Aliança Democrática Nacional