O gol contra da Fifa

Juliano Pinto, 29 anos, com paralisia nas duas pernas após acidente de carro, ficou de pé, deu alguns passos e chutou a brazuca, bola da Copa, no dia 12 de junho, antes do jogo Brasil e Croácia. A Fifa vetou sua ida até o meio do campo para, simbolicamente, abrir a Copa com o pontapé inicial, marcando um gol de placa em ciência. Deu-lhe apenas três segundos de exposição, num canto do gramado, sem nenhuma explicação ou comentário de destaque dos locutores oficiais. 

 A Fifa, com esta atitude obscurantista e depreciativa, fez um gol contra o Brasil e 170 cientistas de centros de pesquisa de vários países, sob a liderança do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Para Juliano, como diz a jornalista Cida de Oliveira, aqueles segundos foram mágicos, pois poderia voltar a andar com comandos do seu próprio cérebro, ao vestir uma pele robótica humanoide, o exoesqueleto, fruto de 17 anos de pesquisa. Nicolelis, líder do projeto Andar de Novo, coordena o Instituto Internacional de Neurociência de Natal-RN e é codiretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke, na Carolina do Norte-EEUU, onde é professor titular de neurobiologia. 
Segundo Gordon Chang, do Departamento de Robótica Humanóide e Neurociência do Instituto Internacional de Pesquisas Avançadas de Kyoto, Japão, “o diferencial deste projeto é usar tecnologia da pele robótica que, similarmente à pele humana, pode sentir temperatura, força, toque, impacto”. O blogueiro Reinaldo Azevedo, na Veja, e Diogo Mainardi, do Manhattan Connection, uniram-se à Folha de São Paulo e à Fifa no menosprezo depreciativo do projeto considerado pela revista Nature, uma das melhores do mundo em ciência e medicina, entre os dez mais promissores neste ano, que trará grande benefício para toda a humanidade. Viva Juliano, Nicolelis e os neurocientistas do projeto Andar de Novo.


Manoel Dias da Fonsêca Neto
Link Jornal O Povo 

Artigo publicado em 18/07/2014



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